Justiça por Carlos

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Via Felipe Reme.

 

[Completou-se] uma semana desde que Carlos Teixeira, de 13 anos, teve sua vida abreviada, praticamente na infância, de forma selvagem, dolorosa e injusta, na E.E. Julio Pardo Couto, escola onde estudava, em Praia Grande, litoral de São Paulo.

Aqui, [veremos]:

  1. Como a negligência do Estado pode ter levado à morte cruel de um garoto de apenas 13 anos;
  2. Os responsáveis;
  3. O que podemos fazer para buscar justiça.

Todas as informações reunidas neste post são públicas e as fontes [estão] citadas […].

Segue o fio.

Aviso importante

Este post não é para incentivar que as pessoas peguem em tochas e persigam culpados em busca de vingança, mas para que os envolvidos sejam responsabilizados e punidos, evitando assim que novos casos aconteçam.

Para iniciarmos, é preciso entender que a situação na Escola Estadual Júlio Pardo Couto é tão alarmante que, segundo o jornal Gazeta do Povo, o “banheiro da morte” que vitimou Carlos Teixeira, foi utilizado para espancar um outro jovem, desta vez de 14 anos (cf. https://www.gazetadopovo.com.br/sao-paulo/escola-jovem-carlos-teixeira-bullying-novo-caso-violencia/).

Quantas mortes serão necessárias para que as autoridades punam os responsáveis?

A morte de Carlos foi desencadeada por uma série de acontecimentos envolvendo a negligência de adultos que deveriam protegê-lo, mas que, no final das contas, acabaram por ajudar seus agressores.

Segundo as avaliações da Escola Estadual Júlio Pardo Couto, o local é descrito como um verdadeiro presídio onde impera a lei do mais forte. É um absurdo que isso tenha sido ignorado pela diretoria. De avaliações antigas às mais recentes, a reclamação é sempre a mesma.

Linha do tempo do caso

Inicialmente, a administração da escola comunicou que Carlos havia sofrido um acidente ao cair da escada, conforme relato do pai da vítima, Julysses Fleming (cf. https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/adolescente-de-13-anos-morre-apos-briga-em-escola-no-litoral-de-sp/).

No entanto, a verdade veio à tona quando Carlos revelou que foi brutalmente agredido por três colegas no banheiro da escola, conhecido pelos alunos como “banheiro da morte”.

Conforme relato da família, Carlos foi confrontado pelos estudantes no banheiro da escola. Mais tarde, eles o atacaram. Ele chegou em casa chorando por causa das dores, e sua família observou que suas costas pareciam estar desalinhadas. Ele alegava dor e dificuldade para respirar, e apresentou febre.

No dia 19 de março, alunos do colégio já haviam hostilizado Carlos, que chegou a levar um “mata-leão” de um deles. A data da ocorrência foi confirmada pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), segundo o jornal Metrópoles (cf. https://t.co/v0S9lWpfR7).

Manifestações e impactos das lesões

Depois do incidente, Carlos apresentou vários sinais alarmantes, tais como dores agudas, problemas respiratórios e febre. Ele foi conduzido ao pronto-socorro da cidade, onde foi submetido a tratamento imediato e, então, liberado.

Contudo, consultas posteriores em diferentes centros médicos revelaram que ele estava sofrendo de luxação e estresse pós-traumático, como resultado do bullying persistente.

Infelizmente, a situação de Carlos se agravou e, uma semana depois, ele sofreu três paradas cardiorrespiratórias, que resultaram em sua morte na Santa Casa de Misericórdia de Santos (cf. https://www.gazetadopovo.com.br/sao-paulo/escola-jovem-carlos-teixeira-bullying-novo-caso-violencia/).

De acordo com o atestado de óbito emitido pelo IML, Carlos faleceu em consequência de uma broncopneumonia bilateral. O documento também citou uma celulite infecciosa – tipo de infecção bacteriana – no cotovelo do jovem.

A advogada da família, Amanda Mesquita, afirmou que acredita que algo desencadeou a pneumonia (cf. https://t.co/ZcFcDcbaTi).

Sobre alguns responsáveis

Na gestão escolar, temos Sidnei Ferreira Ribeiro, diretor da escola, além de Monica Peixinho dos Santos Costa e Vanessa Shirley da Conceição de Melo, vice-diretoras.

Segundo o Portal da Transparência, estas são as suas respectivas remunerações: https://www.transparencia.sp.gov.br/Home/Servidor e https://transparencia.educacao.sp.gov.br/Home/DetalhesEscola?codesc=909828#rede-publica.

Sabemos que, inicialmente, a administração da escola comunicou que Carlos havia sofrido um acidente ao cair da escada, conforme relato do pai da vítima, Julysses Fleming (cf. https://www.gazetadopovo.com.br/sao-paulo/escola-jovem-carlos-teixeira-bullying-novo-caso-violencia/).

Desde o início do ano letivo, Carlos enfrentou violência constante, não recebendo a proteção necessária da escola. Seu pai tentou resolver a situação, buscando conversar com a diretoria para agendar uma reunião com os pais dos agressores, a fim de cessar a violência, mas não obteve sucesso em nenhuma das tentativas, pois a diretoria da escola não tomou providências.

Esse é o nível de civilidade da escola.

O Estado brada aos quatro cantos a importância do diálogo entre pais e escolas, mas hoje sabemos que o pai de um filho morto não conseguiu estreitar esse laço e, mais do que isso, viu a escola blindar jovens com tendências à marginalidade ao invés de puni-los.

Sem saber mais o que fazer diante dos episódios de agressão não resolvidos, o pai chegou a adquirir um spray de pimenta para proteger seu filho. No entanto, esse recurso não teve efeito, pois o garoto seguiu sendo atacado por inúmeros colegas (cf. https://t.co/VrSZ3EdhTy).

Como foi informado anteriormente, a E.E. Júlio Pardo Couto tem um histórico assustador: fogo em sala de aula, diversas formas de vandalismo, e o “banheiro da morte”, método selvagem onde alunos agressivos aguardam alunos ordeiros para espancá-los dentro das instalações da própria escola (cf. https://t.co/wmYUNmHV0z).

O fato deste local não ter câmeras faz com que coisas escabrosas aconteçam lá. Foi assim que outros alunos vitimaram Carlos. Era esse o ambiente.

Obtive informações sobre a situação em Praia Grande, e tragédias são iminentes.

A população está consternada. Os adolescentes que espancaram o jovem Carlos já foram identificados nas redes sociais, e dezenas de pessoas estão falando em fazer justiça com as próprias mãos.

Até que ponto o poder público está verdadeiramente empenhado em investigar e punir os responsáveis por esta situação de maneira justa? Será que compreendem a gravidade da situação o suficiente para agir de forma eficaz, ou estão simplesmente aguardando que a indignação popular atinja um ponto de ruptura, levando as pessoas a buscarem justiça por conta própria?

Sobre os demais responsáveis

Deve-se investigar com rigor a possível negligência médica neste caso. Após o pai de Carlos buscar ajuda médica por três vezes na UPA de Praia Grande, seu filho ainda não recebeu o tratamento adequado. Essa negligência pode ter tido um papel crucial na deterioração do estado de saúde do garoto.

Uma semana após o último atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Praia Grande, Carlos foi levado à Santa Casa de Santos, onde lamentavelmente veio a óbito no último dia 16.

Essa sequência de eventos levanta sérias questões sobre a eficácia e a qualidade dos cuidados médicos prestados, exigindo uma investigação minuciosa para esclarecer as circunstâncias que levaram à tragédia (cf. https://www.gazetadopovo.com.br/sao-paulo/escola-jovem-carlos-teixeira-bullying-novo-caso-violencia/).

Infelizmente, não obtive mais informações sobre esta situação. Tentei contato com os pais e também não obtive sucesso.

Se você tiver qualquer informação sobre isso, me procure na DM (Direct Message). Garanto o seu sigilo.

Peço, por gentileza, que não entrem em contato com especulações, dúvidas ou comentários, pois isso pode atrasar a apuração de qualquer informação útil.

A ideia é fazer outro fio sobre o atendimento médico do Carlos mas, até o momento, estou de mãos atadas.

Aviso aos pais

Sabemos que é impossível estar ao lado de seus filhos o tempo inteiro, mas é possível mitigar potenciais danos buscando, sempre que possível, [avaliando] com cautela a escola onde irão estudar.

É crucial estar atento aos sinais que seu filho manifesta. Muitas vezes, a vergonha e o constrangimento resultantes de situações de subjugação os levam a esconder as dores que enfrentam sozinhos durante anos.

Nesse sentido, é fundamental ser o porto seguro da sua prole e estar sempre disponível para ouvir e apoiar.

É importante reconhecer que, para a maioria das famílias brasileiras, a burocracia do sistema e as limitações individuais de cada caso tornam a troca de escola uma tarefa árdua, senão impossível. O Estado, ao impor tantas barreiras, acaba limitando a capacidade dos pais de protegerem seus filhos adequadamente.

Ao restringir as ações individuais dos pais, o Estado assume uma responsabilidade que, como neste caso, não cumpre integralmente. Neste contexto, é fundamental questionar como a estrutura burocrática e as políticas educacionais contribuem para perpetuar um sistema que coloca em risco a segurança e o bem-estar das crianças e adolescentes. O Brasil não pode ser uma fazenda de animais onde as vidas de crianças e adolescentes estão em constante perigo. É hora de exigir mudanças significativas que garantam um ambiente escolar seguro para todas as crianças.

Recado

[Este] fio é apenas “a ponta do iceberg”. Todos os envolvidos […] não deixarão essa historia morrer.

Quer ajudar? Compartilhe essas informações, busque mais informações sobre os médicos e pressione aquele seu político de estimação “pró-vida”. Lembre-se que qualquer filho de Deus tem o poder de mudar o mundo, e não podemos nos calar diante duma brutalidade dessas.

Sei que muitos aqui se sentiram pessoalmente afetados, então, cabe a todos nós ir atrás de justiça pelo Carlos e por todos aqueles que tiveram a vida ceifada pelo Estado, principalmente nossas crianças.

Eu voltarei aqui para futuras atualizações assim que tiver informações sobre o tratamento do Carlos.

Agradeço imensamente a colaboração dos amigos @drsilva4a, @lendabrisa, @sxndrinmd e @omachoalpha.

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