A queda de braço entre Congresso e Supremo

Está marcada para esta quarta-feira (22) a votação da PEC no Senado, protocolada em 2021, que limita os poderes do Tribunal – reduz o alcance de decisões monocráticas e o tempo para pedido de vista.
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Via G1.

 

Depois de quatro anos de embates entre o Executivo e o Supremo Tribunal Federal, a Corte agora lida com uma artilharia mais sutil por parte do Senado.

Está marcada para esta quarta-feira (22) a votação da Proposta de Emenda à Constituição, protocolada em 2021, que limita os poderes do Tribunal – reduz o alcance de decisões monocráticas e o tempo para pedido de vista.

Para explicar o que o texto propõe e as consequências dele para o futuro do Judiciário, Natuza Nery conversou com o jornalista Felipe Recondo, sócio-fundador da plataforma Jota e autor de três livros sobre o Supremo.

Recondo defende que, de fato, cabe ao Supremo intervir em atos e ações do Congresso e do Executivo – e avisa que invariavelmente as decisões da Corte vão gerar desagrado nas partes derrotadas.

“Me parece que o Congresso está reclamando do mérito das decisões, e não dos procedimentos”.

Ele questiona se a PEC será uma medida benéfica ao bom funcionamento da Corte porque, com o texto, o Senado “quer colocar limites rígidos na Constituição”. E pondera que o STF já “vem fazendo sua autocrítica e propondo mudanças”.

O jornalista comenta também a proposta que visa limitar os mandatos dos ministros do Supremo:

“Isso pode fazer com que presidentes mudem o cálculo para as indicações”.

E lembra que há defesas de fórmulas que reduzam o tempo de Corte para evitar mandatos de até 30 anos.

Recondo lista as críticas legítimas ao STF – como excesso de decisões monocráticas e falta de transparência nas decisões – e lamenta que “o processo necessário de aperfeiçoamento da Corte pelo Congresso se misture com interesses que parecem revanchismo”.

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